A primeira vez que ouvi falar de Patricio Pron foi pelas mãos do amigo diplomata Gustavo Pacheco, então responsável pela área cultural da embaixada brasileira em Buenos Aires, e agora exercendo o mesmo papel na Cidade do México. Estranhei não ser um nome muito citado ali, no circuito editorial portenho, nem parecia ter vínculos fortes com os autores de sua geração. Fui dar uma olhada em seus livros, e o que primeiro me saltou aos olhos foram os fantásticos e atraentes títulos que eles tinham: “La Vida Interior de las Plantas del Interior”, “El Espíritu de Mis Padres Sigue Subiendo el la Lluvia” e “El Mundo sin las Personas que lo Afean y lo Arruinan”. Logo imaginei estar diante de um autor distinto, de quem se diz ter herdado a originalidade do chileno Roberto Bolaño (1953-2003) e que aos 40 anos já coleciona fartos elogios da crítica europeia e estava entre os selecionados da revista “Granta”. […] Quando finalmente o conheci pessoalmente, durante a Feira Internacional do Livro de Bogotá (em maio), demorei para identificar o sotaque. Ainda sem saber de quem se tratava, achei que era algum jovem escritor espanhol, até que finalmente alguém me disse tratar-se de Pron, com seu corte de cabelo muito particular, as pernas finas marcadas pelas calças justas e vestindo tênis All Star. [Sigue leyendo]

 

A Folha de Sao Paulo, 18 de julio de 2014.